quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Uma igreja diferente

Você já pensou em uma igreja sem rol de membros, sem curso para batismo, sem regras sobre uso de roupas, cabelos, adereços, onde você pode participar da ceia e compartilhar da Palavra no culto no mesmo dia que se converteu, onde o foco do ensino e das pregações são o evangelho e a doutrina dos apóstolos recebida do próprio Cristo?

Para alguns, isso é impossível, afinal, como saber se os membros são convertidos (salvos) de verdade ou não, ou se o novo convertido realmente tem compromisso com a “igreja”.

Então, existe essa igreja?

Existe sim, veja os relatos no livro de Atos e observe como a igreja crescia e como ela se organizava (At. 2:42). O detalhe importante nesse lindo relato é que os números eram enormes para os nossos dias, 3 mil (At. 2:41), 5 mil (At. 4:4), etc... imagine um culto com 3 mil almas entregues a Cristo, depois uma ceia realizada com essa gente toda.

Procure no relato alguma coisa sobre livro de membros, curso para batismo, etc. Não encontrou? Pois é, a pergunta que fica é: Por que hoje precisamos de tudo isso? Ou será que não precisamos?

Ao longo dos anos, a igreja foi acumulando regras, leis, tradições que não fazem parte da doutrina dos apóstolos, algumas até boas para o bom andamento da administração da igreja e para realização dos cultos, mas outras apenas travam o crescimento, tiram a liberdade para a qual Deus nos chamou.

Por que então essas coisas continuam nas nossas igrejas? Já ouvi algumas respostas e todas elas podem se resumir em uma só: “não temos convicção de que o evangelho transforme e salve o ser humano”.

Será que é isso mesmo? Vejamos um exemplo bem clássico: O curso para batismo. De onde surgiu isso? No relato de Filipe e o eunuco vemos que o batismo ocorreu logo depois da conversão daquele homem (At. 8:38), além de muitos outros relatos. E a regra de só poder tomar a ceia depois de batizado: O que é a ceia? Não é a recordação do sacrifício de Cristo para aqueles que foram salvos por Ele, o símbolo da nova aliança (Luc. 22:20)? Uma reflexão bem simples disso é, e se o novo convertido morrer sem batizar e sem tomar a ceia ele deixa de ir para o céu como todos os outros crentes? Então porque ele pode ir para o céu (Luc. 23:43) mas não pode ser batizado e participar da ceia?

Onde surgiu o rol de membros, estágio probatório de 1 ano para ser aceito como membro, aclamação de membros, etc (Col. 2)? Acaso não são todos membros de um só corpo, unidos em um só sacrifício e em um só Espírito (Ef. 4:4)?

Calma, concordo que é preciso saber qual o fundamento da salvação desse novo membro, seriam as obras ou a graça? Apolo ensinava veementemente todas as coisas, mas ainda não sabia sobre o batismo de Jesus, ele não foi disciplinado por pregar algo que não tinha o Cristo morto e ressuscitado, mas foi orientado e explicado sobre quem ele estava ensinando. Tudo é uma questão de ensino, orientação. Se o membro novo aparece com doutrinas estranhas, o mesmo deve ser ensinado.

Então, tudo isso mostra o que? Concluo com uma única frase: “não há convicção do poder do Evangelho”. Afinal, se cremos confiadamente que o que pregamos e ensinamos é de fato A Verdade, é o evangelho puro e genuíno, então devemos crer que é este evangelho, centrado na pessoa e obra de Cristo, através da atuação do Espírito Santo que habita o crente, que irá transformar, salvar, batizar, participar do corpo, fazer da criatura filho e membro da grande família celestial.

A Igreja fundada em Cristo é muito maior do que o que pensamos dela!


Natanael Takeo Yamamoto

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