Frequentemente leio o texto “o jovem rico”,e , numa última leitura
percebi algumas coisas das quais é possível tirar como lição. Não há nada de
novo, porém penso que vale a pena discorrer sobre o assunto.
Quando Jesus fala da dificuldade
de um rico entrar no reino eterno, há uma indagação por parte dos discípulos:
“Quem, então, pode ser salvo?” Ao ler esta passagem de forma mecânica, ler por
ler, podemos chegar ao mesmo questionamento, que, no meu ponto de vista era
equivocado.
Ora, naquela época Israel era dominado pelo
Império Romano, os Judeus não viviam
essa prosperidade que os discípulos nos
levam a entender. Na verdade o povo vivia grandes dificuldades em todos os
aspectos, parece-me que eles não conseguiram entender o que Cristo estava
ensinando.
O jovem rico, que procurou Jesus,
parecia ter uma combinação perfeita para ser feliz, era um religioso
praticante:
·
Honrava pai e mãe
·
Não adulterava;
·
Era Espiritual;
·
Dono de muitas propriedades e bens,
·
Foi educado a observar a lei desde criança;
Entretanto, havia uma busca, uma
lacuna! Ele almejava algo a mais e por isso questionou: “o que fazer para ter a
vida eterna?”. Talvez ele não conseguisse mais suportar aquela angústia, aquele
vazio, e felizmente faz uma pergunta brilhante
para a pessoa certa.
E, através daquela pergunta Jesus trava um diálogo, que posso até
imaginar:
Jesus - Olha filho, essa questão
pode ser resolvida pelos nossos ensinamentos religiosos, tens observado os
mandamentos?
Jovem - quais?
Jesus os expõe.
Jovem - Ah, Senhor! Eu os tenho
observado desde menino.
Jesus - E você não está em paz?
Jovem - Não! Eu continuo me
sentindo vazio.
A Bíblia nos ensina que quando
Jesus ouve que o rapaz obedecia aos mandamentos, ele aponta o problema: “Ainda te falta uma coisa”.
Acredito que tenha passado um
filme na cabeça daquele moço, talvez ele
tenha sentido que sua busca tivesse
chegado ao fim. Mas quando Jesus releva sua carência humana, ele finalmente se
olha reconhece que não consegue enxergar seu semelhante.
“Filho, eu sei porque você há
tanto sofre com esse vazio, precisa “desprender” , “vender” o que tens, tudo
que possui, tudo que te faz ser orgulhoso de si, e repartir com seus
semelhante. Você precisa atribuir importância às pessoas da mesma forma que
você atribui ao que tens, é necessário que você dê a elas o mesmo valor que você dá ao que guardas e ao que te dá
prestígio.
Ao ouvir isso, o Jovem Rico entra
novamente em seu estado inicial, sai triste e confuso porque possuía muitos
bens. Talvez sua riqueza fosse o que lhe
destacava como “especial”, seu bens eram o orgulho da sua vida, e desfazer de tudo naquele momento, para seguir alguém que não tinha onde dormir, não fazia
sentido algum.
Que não seja assim na nossa vida.
Que possamos compartilhar tudo o que temos com nossos semelhantes, sem o
sentimento de que o que temos nos faz “especiais”. Mas tendo a consciência de
que podemos em Cristo e por Ele mudar a realidade das pessoas.
Hermes Barros
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