Se alguém quer vir após Mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e
siga-Me. Marcos 8:34
Um dos enigmas com que o leitor
dos evangelhos se depara é a maneira sistemática com que Jesus evitou a
publicidade. Ele realizou milagres extraordinários, mas consistentemente
insistiu em permanecer na penumbra. Vez após vez, Ele buscou silenciar o
entusiasmo das testemunhas de Seus atos poderosos. Mesmo demônios foram
impedidos de falar o que sabiam a Seu respeito.
Não parece curioso? Qual é a
razão dessa atitude antipublicitária? Afinal, quando se quer atrair seguidores,
a técnica comum é encorajar a “visibilidade” e atrair os holofotes. Observe,
por exemplo, aqueles que declaram realizar milagres hoje.
Eles não tentam manter seus
alegados milagres em sigilo. Ao contrário, shows de TV são articulados para
fazer propaganda. Se, após um desses pregadores eletrônicos orar e alguém, por
acaso, se sentir melhor de sua artrite, o milagreiro sorri satisfeito. Chama as
câmeras para focalizar a “cura”. Se um pequeno alívio, que poderia ser
atribuído a muitas causas, merece toda essa algazarra, imagine o que Jesus não
poderia ter feito depois de ressuscitar alguém comprovadamente morto?
Nós esperaríamos que o Enviado de
Deus tirasse o maior proveito de Seus poderes. Seria o caso de convocar uma
entrevista coletiva com a imprensa. Na pior das hipóteses, deveria encorajar
aqueles que Ele curou a divulgar os fatos. Ao contrário, Jesus dá ordens específicas
para que nada fosse dito. E quando havia um “vazamento” da informação, e as
multidões O buscavam, Ele procurava um lugar solitário para Se isolar. Isso não
é estranho? De fato, não conheço ninguém assim. Muitas pessoas, mesmo quando não
fizeram nada digno de atenção, buscam receber o “crédito” e desejam que seus
supostos “feitos” sejam divulgados.
A explicação para tal atitude “politicamente
incorreta” de Jesus é que em Seus dias prevalecia entre os judeus a expectativa
de um Messias conquistador, que traria libertação política. Ele não permitiu
que tais idéias tomassem o imaginário popular. Ele não seria um Libertador sem
a cruz. Ele já havia deixado isso claro no deserto da tentação. É na cruz que Sua identidade é
plenamente revelada. Toda tentativa de evitar a cruz, a dEle ou a
nossa, é obra do tentador.
Encontros com Deus
Amim A. Rodor
Nenhum comentário:
Postar um comentário