quinta-feira, 18 de julho de 2013




“Oh! Como é bom e agradável viverem unidos os irmãos!”

É como o óleo precioso sobre a cabeça, o qual desce para a barba de Arão, e desce para a gola de suas vestes. É como orvalho de Hermom, que desce sobre os montes de Sião. Ali ordena o SENHOR a sua benção e a vida para sempre."
Salmos 133


A exclamação que o salmista e Rei Davi faz às vezes passa despercebida, ao ler  esta passagem o entendimento é de que a união é vista apenas como uma forma “espiritual” rotineira, como um encontro para reuniões a “serviço” do Pai, devidamente obervados, dias e horários para essa “comunhão”. Tal  união gira em torno de tudo o que tiver uma conotação religiosa, esquecendo de que essa UNIÃO pode ser vivenciada de outras formas.

 O salmista busca demonstrar sua idéia usando analogias entre o Óleo e o Orvalho, fazendo menção a Arão (primeiro sumo-sacerdote) e o Monte Hermom, sendo este o ponto mais alto de Israel, com grande valor histório/espiritual.

Não irei ater à simbologia do óleo e orvalho. Buscarei dar outra ótica abordando resumidamente que  o sumo-sacerdote podia contemplar a presença e glória de Deus, oferecer sacrifício em favor do povo para perdão de pecados, e assim Deus se manifestava e dispensava seu perdão e benção...
 

O monte Hermom é conhecido como o “monte santo”, e "montanha nevada" por ter a metade de sua estrutura coberta por neve durante o ano inteiro.  Durante o dia apresenta-se parciamente branco e à noite ele libera um orvalho que rega a terra aos seus pés, aos montes mais baixos  de Sião, proporcionando fertilidade contínua. Das nascentes do Hermon formam-se os três rios que se juntam para formar o Jordão, que abastece a terra seca de Israel. A umidade do Hermom hidrata e proporciona vida ao seco Sião (em Jerusalém, a capital sagrada de Israel).

É interessante observar ainda como o Salmista na última frase conclui demonstrando que no espírito fraterno, na união, na comunhão Deus manifesta sua dádiva, Sua Presença Majestosa e Sua Glória.

“Ali, ordena o Senhor a sua benção e a vida para sempre”

Infelizmente para alguns quando se trata de união entre irmãos vem à mente um “culto” ou uma conversa de cunho “religioso”, esquecendo-se de que o Salvador nos orienta a ter uma nova postura, pois Deus é Espírito e que pode ser adorado em todo tempo e lugar. Paulo na mesma idéia expõe que o culto agora é constante, isto é, nossa vida, em todos os aspectos e circunstâncias.  Este culto deve ser através da nossa mente, da nossa razão. Não apontando a existência de um dia, hora ou local para esse acontecimento. Diferentemente da união que estamos acostumados, que está literalmente ligada às reuniões religiosas.

Outro ponto interessante  é que  a relação existente entre os entes da Igreja traduz numa relação familiar, em que Deus é a figura de PAI e Nós como irmãos.

“Charles R. Swindoll afirma que uma família forte possui seis qualidades principais: é comprometida com a família, gasta tempo junta, tem boa comunicação familiar, expressa apreciação um ao outro, tem um compromisso espiritual e é capaz de resolver os problemas nas crises. Estas qualidades podem ser resumidas em duas palavras: comunhão e mutualidade. Podemos aplicar estas mesmas qualidades para uma igreja forte, pois, a igreja é uma família de famílias. Uma igreja que não desenvolve estas qualidades, vive uma crise de comunhão.”

 Para que isso ocorra, é necessário nos dispor a entender como Deus nos criou e quais as necessidades fundamentais dos seres humanos tais como a recreação e lazer. Vejamos:

Deus não está preso a templos construídos por mãos humanas, com o intuito de acolher a Sua presença, uma vez que Ele pode viver dentro de cada um.
 Ele almeja sua presença em nossas vidas a todo instante através do culto racional... Paulo quer nos lembrar que estamos sempre ligados ao Pai, o que requer: “apresentar o vosso corpo como sacrifício vivo...” e que nossas condutas sejam  a todo momento avaliadas (razão).

Quando os irmãos se reúnem para atividades saudáveis e puras quais sejam, Deus está presente ministrando sua benção aos corações de alguma maneira. Pois o Pai quando criou o homem, o criou para a comunhão de uma maneira livre. Afinal quando Deus visitava  Adão na viração do dia,  o Criador dava ao homem a imensurável experiência  da presença através da comunhão.

Sabemos que o Criador sempre nos deixou livres, tanto é que seus pensamentos agora são livres, você não é obrigado a pensar em Deus, acreditar em Deus, e caso não acredite mesmo não sofrerá castigos ou pena de cair morto, não! Isso não acontece.

O Pai Celestial nos deixou tão livres ao ponte de entregar seu Filho à Morte.

Se queremos entender as “atividades” religiosas como “santas”, entendamos também a recreação, o lazer saudável e puro (que são necessidades humanas), como “santas”. Pois se os irmãos estiverem UNIDOS, “alí o senhor ordena sua benção e a vida para sempre.”

Que Deus nos Ajude!



Hermes Barros

3 comentários:

  1. Amém... em Gn 3:8 revela que Deus passeava pelo jardim na viração do dia... Abraão, o amigo de Deus, recebia a visita do Senhor em sua tenda... em Jo 10:23 diz"Jesus andava passeando no templo, no alpendre de Salomão" e por fim Jesus já não nos chama mais de servos, mas amigos... E amigos fazem o que? Se relacionam como? O lazer, a comunhão e o amor fraterno quebram enormes barreiras e contribuem para o viver prático do verdadeiro evangelho.

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